Renato Aparecido de Souza revela histórias do passado, presente e futuro da Escola
O ano de 2023 foi marcado pelas comemorações do Jubileu do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho. O Diretor-Geral, professor Renato Aparecido de Souza, presidiu a Comissão dos 70 anos que foi composta por servidores e teve como objetivo organizar as ações que fariam parte das festividades. Uma das atividades do aniversário da Instituição foi a série de reportagens especiais com a história de diversos personagens que integram a trajetória da Escola.
O Diretor-Geral tem uma história diferente com a Instituição e ela começou mesmo antes do seu nascimento. Os avós maternos de Renato foram servidores da antiga Escola Agrotécnica de Muzambinho logo na sua fundação. À frente do Campus Muzambinho, ele pôde se aprofundar na história da senhora Sebastiana, lavadeira, e do senhor Virgílio, operário de obras e posteriormente vigia. “Eu gostaria de destacar justamente o empenho deles, a dedicação em contribuir com o crescimento da Instituição naquele momento inicial, [...] com tarefas de extrema relevância para essa conexão afetiva com os nossos estudantes”.
“Eles tiveram mais de uma dezena de filhos, dentre eles, a minha mãe, Marina. Eu não tive a oportunidade de conhecê-los em vida, mas por intermédio deles o Campus Muzambinho esteve conectado comigo antes mesmo do meu nascimento”. A mãe de Renato, nascida em Muzambinho, morou nas dependências da Escola Agrotécnica com seus pais e irmãos. No lugar em que hoje abriga o Parque Municipal havia uma casa em que a senhora Sebastiana e o senhor Virgílio criaram os seus filhos. Marina Conceição de Souza é egressa da primeira turma do curso de Educação Física da Escola Superior de Educação Física de Muzambinho. Ela se casou com José Aparecido Vicente, moraram em Passos, cidade em que Renato nasceu. Então a família mudou-se para Pouso Alegre, em virtude da transferência de José Aparecido, que atuava como militar.
Renato relembra que vinha com a família para passar as festas de fim de ano em Muzambinho, o ponto de encontro era a casa do tio Geraldo Pires. Inclusive, Geraldo tinha um comércio na cidade e vendia material escolar “fiado” para vários estudantes. Renato diz que de um modo singelo o seu tio também contribuiu com a educação.
Durante a entrevista, o Diretor-Geral comenta que não esperava que o seu futuro e de sua família estaria ligado novamente com a cidade de Muzambinho. Atualmente, Renato é casado com Gabriela Loiola Camargo e pai de três crianças: Maria Luiza de 11 anos, Breno Henrique de 7 anos e Bernardo de 4 anos.
A ligação de Renato com os fatos ocorridos na Escola Agrotécnica acabam sendo permanentes, pois seus avós, mãe e tios viveram neste lugar. Aqui é o espaço das origens maternas do Diretor e daqui são as histórias compartilhadas por sua mãe sobre a sua infância. Marina relata para o filho que estavam sempre fazendo travessuras pela Instituição, que eram muitas crianças juntas, que brincavam com os bichos, subiam em árvores e pegavam morangos escondidos para comer. Ela aponta que era um ambiente familiar e existia uma união entre todos. “Eu consigo projetar esses momentos anteriores como sendo de muita alegria, de muita satisfação [...] certamente o ambiente era muito agradável”.
Outro ponto mencionado pelo docente diz respeito ao comprometimento e o acolhimento por parte daqueles que dirigiam a Escola Agrotécnica. “Ela [mãe] aborda conosco a questão do ambiente familiar estabelecido dentro da Instituição. Como todos eram muito bem tratados, como eram muito amparados diante de um determinado problema, havia o acolhimento dos superiores, dos responsáveis pela Instituição para tentar ajudar. Quando os meus avós tiveram problemas de saúde ajudaram com o encaminhamento para o hospital, facilidades com algum tipo de ajuda financeira, isso era feito”.
O número de servidores e alunos era menor do que atualmente temos no IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, o que favorecia muito o vínculo entre as pessoas, na opinião do Diretor. Ele acredita que o sentimento de bem querer dos egressos muito contribui para a propagação do nome do Campus em todo o Brasil. “Quando o aluno tem essa experiência de acolhimento, de afetividade, de boas relações humanas, ele conta isso de maneira natural, isso transcende muito a propaganda da Instituição e isso atraía cada vez mais jovens para retornar ao Campus Muzambinho”.
Durante a entrevista, Renato contou um pouco sobre a sua trajetória de vida para que chegasse até a cidade de Muzambinho. Aqui, até então o local das festas de final de ano, tornou-se uma opção para que ele retornasse para o Sul de Minas. Mas antes, vamos entender um pouco mais sobre os sonhos que o nosso Diretor-Geral tinha quando menino. Ele, como muitos outros brasileiros, queria ser jogador de futebol, batalhou muito para conseguir, mas uma lesão o afastou do esporte e o aproximou da fisioterapia.
No Brasil, a lesão de Ronaldo Fenômeno estava em evidência, assim como o seu fisioterapeuta. Renato viu ali que queria ser fisioterapeuta esportivo, cursou fisioterapia na PUC, em Poços de Caldas. Na faculdade, o jovem descobriu uma nova aptidão, compartilhar o conhecimento adquirido com os colegas, de tal forma que, os alunos pediam para que ele fosse monitor de disciplinas complexas, pois conseguiam aprender com ele. Neste momento, Renato percebeu que deveria ser professor e se dedicou para alcançar tal carreira.
Ele projetou que seria professor universitário, fez especializações, mestrado e doutorado para ser aprovado em um concurso público. Enquanto isso, Renato lecionou em faculdades do Sul de Minas e pôde ampliar sua experiência em sala de aula. Havia chegado o momento de fazer o tão esperado concurso público, a cidade era Diamantina, Minas Gerais, a vaga para a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Logo na primeira tentativa de Renato veio a aprovação e ele assumiu o cargo de professor.
A vida profissional caminha junto com a pessoal. A satisfação de conquistar o sonhado cargo de professor era real, a gratidão pelo trabalho também, mas ele havia deixado em Pouso Alegre a sua namorada, a Gabriela, hoje sua esposa. Renato explica que ela não o acompanhou, pois não era justo que ela abandonasse sua bem sucedida carreira. Eles se casaram, seguiram em cidades separadas, mas com a promessa de que Renato voltaria para o Sul de Minas.
Ele tentou redistribuições, mas sem sucesso. Até que Renato, durante uma conversa com o Diretor-Geral do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho da época, professor Luiz Carlos, conta a ele sobre a federalização da Escola de Educação Física e que um concurso seria aberto para cargos de professor. A oportunidade de retornar para o Sul de Minas surge e Renato passa a estudar para ser aprovado. Ele tinha a oportunidade de trabalhar onde os avós trabalharam, em lecionar onde sua mãe se formou e de ter a esposa ao seu lado.
Eram mais de 200 candidatos para uma vaga, mas Renato já tinha experiência com a área: anatomia humana. “Justamente a minha área de maior dedicação. Eu coloquei como meta de vida: eu preciso passar nesse concurso!”. Este era um dos assuntos que Renato auxiliava os amigos da faculdade e conseguiu seu objetivo, foi aprovado no concurso e voltou para o Sul de Minas.
Em 2010, ano em que Renato passou a integrar o quadro efetivo da Instituição, os Institutos Federais ainda eram uma novidade. A vida voltava a ligar profissionalmente a sua família com a antiga Escola Agrotécnica. Ele passaria a lecionar no ambiente em que os avós trabalhavam como vigia e lavadeira. Houve um estranhamento por parte de Renato, que chegou a pensar em desistir, mas que após compreender o verdadeiro papel de um IF, vestiu a camisa e tem a certeza de que está onde realmente deveria estar.
O curso de Educação Física estava migrando do ensino particular para o ensino público. Os profissionais da época, incluindo Renato, tiveram que começar tudo do zero. Providenciaram desde as documentações até a estruturação dos laboratórios. O docente conta que estar no lugar onde sua mãe estudou, atuar no curso que ela escolheu para si, era uma motivação singular para manter seu propósito firme. “Além do aspecto profissional, eu tinha um aspecto pessoal diretamente envolvido com a questão. E fazer bem para aquele curso, era fazer bem para a história do curso que minha mãe tinha escolhido para a vida dela”.
Renato manteve sua inclinação para o esporte, mas agora no papel de formar pessoas que atuam nas mais diversas modalidades esportivas. Uma das ações que o docente menciona na entrevista, está ligada à oportunidade direta dos estudantes terem contato com atletas profissionais. Uma parceria com o time Boa Esporte foi criada e o curso de Educação Física do Campus. “Nós oferecíamos as avaliações físicas e fisiológicas para os atletas, colocando os estudantes junto desta experiência e foi muito rica”.
O curso de Educação Física estava em fase de avaliação do MEC e a equipe do CeCAES - Centro de Ciências Aplicadas à Educação e Saúde (nome da Unidade do Campus que oferta os cursos) e a Direção da Instituição estavam alinhadas para obter uma boa nota. “Era importante que a estrutura para o reconhecimento fosse consolidada. Isso foi fazendo com que, aos poucos, o curso de Educação Física começasse a ter uma notoriedade também enquanto Instituição Federal, porque o curso era reconhecido nacionalmente, mas nós começamos então a validá-lo do ponto de vista da pesquisa, extensão e do atendimento à comunidade”.
Renato chegou a ser coordenador do curso de Educação Física que, na ocasião, teve o reconhecimento do Guia do Estudante com as 05 estrelas. Dentro da perspectiva de participação em oportunidades apresentadas pelo Governo Federal e também em editais. Renato participou de um edital do CNPQ que selecionou professores para uma experiência internacional na Finlândia. O fato ocorreu em 2015, Renato mudou-se com a família para a Finlândia. “Eu digo com toda tranquilidade, eu tive grandes insights que mudaram a minha concepção enquanto professor, enquanto educador”.
Em 2017, Renato retornou para a Finlândia, o governo do país selecionou professores brasileiros que haviam participado da primeira experiência em 2015. “Em virtude destas experiências na Finlândia, quando eu volto para Muzambinho, para o Brasil, eu retorno com a motivação de colocar meu nome à disposição do Campus Muzambinho. Nós teríamos eleições em 2018, e retornei no final de 2017. Aí eu encontro um grupo de pessoas entendendo a viabilidade do meu nome”.
Renato recebe apoio para sua candidatura, mas revela que não imaginava que enfrentaria tantos desafios durante o processo eleitoral. Ele é eleito e se depara com uma infinidade de situações que demandam sua atenção, pois, segundo ele, dirigir uma escola envolve muitas outras coisas além do ensino.
Ele comenta que teve que superar as dificuldades, mas pôde contar com a sua equipe de Diretores e Coordenadores. Inclusive, ele relata que o Reitor da época, professor Marcelo Bregagnoli, o ajudou muito. “Tudo é muito dinâmico, as novidades, as inovações que nos são apresentadas, mas tendo essa disposição para aprender continuamente, já é um bom caminho para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível”.
À frente da Direção-Geral, Renato assume o período de reconhecimento de dois cursos: Bacharelado em Medicina Veterinária e Licenciatura em Pedagogia. O primeiro desafio era com a Medicina Veterinária, o curso que mais demanda recursos financeiros do Campus. Os esforços pelo curso começaram na gestão anterior a de Renato e ele deu continuidade ao trabalho que estava sendo realizado. O curso atingiu a nota máxima, ou seja 05, a festa foi enorme, estudantes, professores e técnicos vibraram com a conquista. O esforço de muitas mãos foi empregado para tal conquista. Renato se recorda de um ponto que o avaliador do MEC comentou. “Levando em consideração os aspectos de inovação pedagógica, do uso de metodologias ativas, com a fala do próprio avaliador do MEC, nesse sentido, [...] os instrumentos de avaliação atualmente buscam as evidências. Você tem que evidenciar os aspectos e quando ele encontra no nosso relatório de gestão as evidências ou algumas evidências daquilo que nós falávamos, nós sentimos que estávamos no caminho correto”.
Durante a gestão de Renato, o Hospital da Medicina Veterinária foi equipado e, atualmente, presta atendimento ao público por meio da Pós-Graduação do Programa de Aprimoramento Profissional em Medicina Veterinária que capacita Médicos Veterinários e caracteriza-se por um programa intensivo de treinamento em serviço, com duração de dois anos.
A primeira gestão da equipe de Renato foi pautada para que uma série de arranjos fosse implantada para que a aprendizagem fosse centrada no estudante. Ele comenta que foram muitas discussões sobre a temática e as reuniões de planejamento começaram a contar com apresentações sobre tal visão para ampliá-la para a comunidade interna. As mudanças foram sendo apresentadas de forma sutil e gradativa para enfatizar o protagonismo estudantil. Renato aponta que percebe que, desde então, novas iniciativas estão sendo executadas no Campus.
O grande marco da gestão de Renato, que também é um marco na história mundial, é a pandemia causada pela COVID-19. “Eu lembro bem que em 17 de março de 2020, ou seja, somente 2 anos do início da nossa gestão, foi decretado pela Organização Mundial da Saúde, a pandemia [...] Nós tínhamos que tomar uma decisão rápida, que levasse em consideração o acolhimento e o amparo dos nossos estudantes.
Eu conversei com os diretores na ocasião, dizendo que precisávamos fazer alguma coisa. Eu particularmente já estava atento a esse fenômeno educacional, porque como começou na China, o impacto da pandemia [...] já existia”.
De maneira rápida e articulada a equipe de Gestão se debruçou em discussões baseadas no impacto de outras pandemias e crises que ocorreram no mundo, com um objetivo: como manter o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes? A conclusão foi suspender as aulas presenciais e migrar o sistema de ensino da Instituição para o virtual. O Campus Muzambinho tornou-se referência na metodologia empregada para que as aulas fossem mantidas.
Os alunos precisavam de acolhimento, de uma rede de apoio e tudo deveria ser levado em consideração. A ideia não foi aderida no início, houve resistência e dificuldades no uso das tecnologias, mas o novo modelo de ensino foi implantado. Algo que proporcionou ao Campus uma base de conhecimento foi a estrutura consolidada da Educação a Distância, o que seria ofertado usaria as ferramentas tecnológicas disponíveis, mas em outra roupagem. O Ensino Remoto Emergencial foi implantado em poucas semanas.
“Naquele momento, em março, no Brasil, o Ensino Remoto Emergencial era algo totalmente desconhecido. Tanto que nós tínhamos que discutir esse conceito, separando o EaD do Ensino Remoto Emergencial, porque para os nossos professores, para a nossa comunidade, o que estava sendo feito era justamente o EaD. Nós conseguimos de uma maneira muito rápida, inclusive com reconhecimento da Pró-Reitoria de Ensino, a instrução normativa. Isso me deixa bastante orgulhoso, porque a instrução normativa que validou todo o caminho do Ensino Remoto Emergencial do IFSULDEMINAS foi pautada nas nossas discussões e nas nossas ideias. Isso foi mencionado como uma referência: o Campus Muzambinho foi de fato quem encaminhou toda a questão”.
O Campus Muzambinho seguiu com o Ensino Emergencial Remoto e deu total respaldo para que os estudantes pudessem estudar. Em uma ação articulada pela Reitoria do IFSULDEMINAS e Campi, os estudantes que não tinham acesso a Internet e computadores receberam o auxílio e o equipamento para que pudessem acompanhar as aulas on-line. Os mantimentos que seriam usados no refeitório da escola foram enviados para os alunos em situação de vulnerabilidade social.
A Fazenda-Escola e Refeitório do Campus Muzambinho também doaram alimentos para Entidades da região. A ação foi realizada por meio de chamada pública e não houve desperdício de alimentos durante a pandemia.
O processo de avaliação do curso de Pedagogia estava suspenso e precisava seguir para obter o reconhecimento do MEC. O curso do Campus é ofertado na modalidade de Educação a Distância e, antes mesmo do início da pandemia, Renato se colocou à disposição para compor o corpo docente do curso. Ele passou a lecionar a disciplina “Métodos de Pesquisa em Educação”, além de poder contribuir com a formação de professores, compartilhar o conhecimento adquirido na Finlândia, um dos objetivos era vivenciar a dinâmica do curso para auxiliar na avaliação que o Ministério da Educação estava para realizar. O curso de Pedagogia é o que abriga o maior número de alunos na Instituição, anualmente ingressam 300 estudantes.
A avaliação estava prevista para acontecer presencialmente. Tudo estava organizado para a vinda do MEC, mas devido a pandemia a visita foi cancelada. Desta forma, a avaliação on-line foi marcada, diversas equipes do Campus Muzambinho foram reunidas para pensar na estrutura necessária para que os avaliadores pudessem conhecer a Instituição por meio de uma live.
Renato foi uma das pessoas que falou sobre o curso durante a live, assim como outros integrantes da Gestão do Campus, do próprio curso e estudantes. As exigências foram cumpridas e o curso recebeu a nota máxima na avaliação, o Curso de Licenciatura em Pedagogia EaD é nota 05.
Outro ponto de destaque promovido pela Instituição e que Renato mencionou em sua entrevista está ligado a uma parceria com a Receita Federal. Durante a pandemia, as bebidas alcoólicas apreendidas pela Receita Federal foram doadas ao IFSULDEMINAS para a produção de álcool em gel. O Diretor-Geral explica que o produto foi doado para outras instituições como: asilos, hospitais e até mesmo para a população. O álcool em gel foi utilizado pelos Campi do IFSULDEMINAS na ocasião do retorno à presencialidade.
Renato conta que a parceria com a RF rendeu outras ações que foram executadas no período da pandemia. As roupas apreendidas foram descaracterizadas, em parceria com a Prefeitura Municipal, máscaras foram produzidas e as peças foram doadas para a população em situação de vulnerabilidade de Muzambinho.
Para o Diretor-Geral essas ações foram importantes e puderam amenizar um pouco os impactos que a pandemia estava causando. O Campus Muzambinho, respeitando as recomendações da OMS, seguiu atuante durante todo o tempo em que o país passou por este marco histórico.
Um projeto que teve início durante a pandemia e que segue trazendo resultados positivos para a comunidade é o Transformar Sustentável. As cargas de tabaco e suplementos que são apreendidas pela RF são misturadas no composto orgânico produzido no Setor de Compostagem do Campus Muzambinho. Renato explica que o composto é utilizado nas lavouras da Fazenda-Escola, por meio de parcerias acontecem doações e recentemente o composto orgânico passou a ser comercializado.
O momento do retorno a presencialidade foi algo que fez com que Renato e sua equipe de gestão ponderasse diversos pontos para garantir a segurança dos estudantes e servidores. O Setor de Enfermagem foi extremamente ativo nestas questões, produzindo boletins semanais, prestando atendimentos específicos, inclusive com vacinação contra a COVID-19 no Campus.
Renato explica que a Instituição inteira sofreu modificações para receber os estudantes, os protocolos de segurança foram amplamente divulgados, assim como seriam os atendimentos em ambientes comuns como a biblioteca, alojamentos e o refeitório. O Diretor pontua que a equipe de serviços gerais do Campus foi treinada para a higienização efetiva de todos os lugares da Instituição.
Nas festividades dos 68 anos do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, em 2021, foi escolhido o símbolo do infinito para demonstrar como a instituição está em desenvolvimento permanente e seguirá eternizando a construção do conhecimento. O professor Renato desenvolveu uma ação que contemplava uma Cápsula do Tempo e convidou a comunidade para escreverem seus relatos e memórias que tinham ligação com a Instituição. A Cápsula do Tempo foi exposta em todos os prédios do Campus Muzambinho e no aniversário de 69 anos do Campus, com toda a comunidade interna presente, uma cerimônia para fechar a cápsula foi realizada. “Em prol do fato da formação do estudante, nós idealizamos a Cápsula do Tempo. Então essas memórias estão registradas e quando o Campus Muzambinho comemorar os seus 100 anos, no Centenário, essas experiências serão revividas”.
“A comparação que eu sempre uso é a seguinte: não era comparar o ensino presencial com o ensino remoto emergencial, mas era comparar nada com o ensino remoto emergencial e, nesse caso, quem leva vantagem era o ensino remoto emergencial. Nós tivemos muitos relatos de agradecimentos, porque esses meninos e essas meninas concluíram os seus cursos e entraram no mundo do trabalho. O mundo do trabalho pós-pandemia demandou novos profissionais e o Campus Muzambinho estava entregando para a sociedade esses profissionais, que tinham tido essa formação em plena pandemia. O sentimento que permanece é de que valeu a pena todos os esforços”.
No retorno às atividades presenciais, em 10 de março de 2022, o IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho recebeu cerca de 2300 alunos de volta à Instituição. Renato relembra um momento difícil que precisou enfrentar, era época de campanha eleitoral para a escolha do Diretor-Geral e estava concorrendo ao cargo. De acordo com o regimento, os candidatos não poderiam “representar oficialmente a instituição ou o campus após inscrição da candidatura até o dia da votação”. (Resolução 155 de 2022). A candidatura o impedia de recepcionar os estudantes no retorno à presencialidade. Renato respeitou a Resolução e as ações foram conduzidas por sua equipe de gestão.
As eleições aconteceram e Renato foi eleito Diretor-Geral do Campus Muzambinho. Ele inicia um novo mandato! “Iniciamos o ciclo novo da segunda gestão, com essa casca mais grossa, conhecendo melhor as pessoas, conhecendo melhor os processos e já tendo alguns processos ajustados”.
A Pós-Graduação já mencionada (Programa de Aprimoramento Profissional em Medicina Veterinária) passou a ser ofertada na gestão de Renato. Inclusive, desde quando assumiu a direção, o Campus passou a ofertar a Pós-graduação Lato Sensu em Docência no Ensino Superior, Pós-graduação Lato Sensu em Bioética e o Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional - ProEF.
A criação de uma nova Diretoria também foi um dos pontos de destaque da gestão de Renato. A Diretoria de Ensino foi implantada e pôde voltar os seus esforços para respaldar 100% das ações ligadas ao ensino. Já a Diretoria de Desenvolvimento Educacional foi repaginada no sentido de lidar com atividades envolvendo inovação, empreendedorismo, pesquisa e extensão.
O café do Campus Muzambinho, por exemplo, está chegando cada vez mais longe em nosso país. O Ministério da Educação consumirá o café do Campus, assim como o Instituto Federal Goiano e o Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Mas a situação que trata do grão, segundo Renato, vai muito além. O Diretor assinou o Termo de Cooperação Técnica com o Governo de Minas para o Registro do Sistema de Produção Cafeeira em Minas Gerais. O professor esteve no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, e firmou o termo com o Governo de Minas por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e Instituto Estadual do Patrimônio e Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG). O Secretário da Secult-MG esteve nas dependências do Campus e ali surgiu a proposta.
O Diretor está atualmente voltando seus esforços para finalizar as obras do novo auditório do Campus. O espaço terá capacidade para abrigar mais de 600 pessoas. “Eu sempre falei que a gestão não era tijolo, tem que ser miolo! Somos uma Instituição de ensino, precisamos aproveitar o nosso intelectual, mas o auditório, sem dúvida alguma, é uma obra que ficará para a nossa Instituição e deverá ser muito bem aproveitada, não somente pelo Campus Muzambinho, mas também pelo nosso entorno, pela nossa comunidade. Temos fortalecido a cada dia a nossa relação com a comunidade”.
Renato já está planejando ações que deverão ser implementadas no futuro, como por exemplo, projetar quais profissões serão necessárias para o mercado de trabalho, se existirá a necessidade de mudança de grade ou de cursos. “Olha só que grande desafio: pensar na formação dos nossos estudantes para profissões que nem existem ainda. Então isso precisa estar no horizonte dos nossos professores, porque as transformações têm acontecido cada vez de maneira mais rápida”. O Diretor cita inclusive a inteligência artificial.
O primeiro ciclo de Renato à frente da Instituição foi marcado pela pandemia e isso o impediu de trazer seus filhos para participarem das atividades aqui promovidas. Já na sua segunda gestão, que teve início no ano de 2022, o trio está sempre presente nos eventos e até mesmo no cotidiano das atribuições do Diretor-Geral. Renato denomina esses momentos com os filhos como “colecionar memórias afetivas”, para ele, essas lembranças farão parte da vida deles e sempre recordarão com amor e carinho.
Este ano que estamos para finalizar, 2023, marca os 70 anos da inauguração do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho e Renato presenciou um momento com Fábia Rossi da Silva, filha do Diretor José Rossi, que o marcou muito. Ele conta que ela veio visitar a Instituição, passou pelo Prédio Administrativo e estiveram juntos no Gabinete do Diretor. Fábia emocionada começou a relatar histórias vividas ali, se recordando inclusive da mobília que era usada na sala de seu pai. Este retrato da trajetória da Instituição marcou Renato, pois ele projetou que um dia tal momento poderá acontecer com seus filhos. “Ao entrar no gabinete da direção geral, ela ficou extremamente emocionada. [...] Eu enxerguei na Fábia, na filha do Diretor José Rossi, os meus meninos. Certamente quando eles crescerem, eles terão essa memória e lembrarão do seu pai também, com orgulho e respeito, como foi com a Fábia”.
Os preparativos para os 70 anos do Campus Muzambinho foram baseados em uma pesquisa extensa para apurar fatos da história da Instituição. Muitos personagens que passaram pelas dependências da Escola foram entrevistados e por meio dos relatos vividos, foi possível narrar a nossa história. Tudo foi possível, pois cada canto deste lugar contou com a dedicação de alguém e somos o resultado de milhares de homens e mulheres que deixaram suas pegadas na nossa história.
O Diretor-Geral, professor Renato, é um dos personagens do enredo do Jubileu de Platina do Campus. A sua história começou com seus avós, teve a participação de sua mãe e agora conta com ele, a pessoa que está à frente do nosso presente e conduzirá o Campus Muzambinho pelos próximos anos, ou seja, o nosso futuro.
A nossa série de reportagens especiais sobre os 70 anos do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho fica por aqui e encerraremos com a mensagem de parabéns que Renato deixou para todos que integram a história do nosso amado IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho.
“Nós estamos celebrando os 70 anos de história desta tão importante Instituição para Muzambinho, para nossa região, para o estado e para o país. Então precisamos sempre levar em consideração todos os esforços anteriores, reconhecer e valorizar todas as pessoas que por aqui passaram, dedicaram seu tempo em prol de uma formação de excelência, que sempre é pautada para os estudantes que procuram essa Instituição. Temos que levar em consideração toda essa trajetória histórica, projetando um futuro cada vez melhor para nossa sociedade, pautando as tendências. Hoje nós estamos muito preocupados com os aspectos de sustentabilidade e também com os aspectos de tecnologia, nunca desconsiderando os aspectos das relações humanas e familiares, essa situação nos aproxima cada vez mais dos nossos estudantes e eu desejo que as oportunidades sejam cada vez maiores a todos aqueles que acreditam na educação como sendo uma mola propulsora do desenvolvimento da nossa sociedade. Parabéns, Campus Muzambinho!”
Texto e fotos: ASCOM - Campus Muzambinho
Redes Sociais