Maria Inês recepcionou diversos servidores da Instituição
Os 70 anos do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho foram marcados por muitas histórias e personagens, e poucas pessoas são capazes de compartilhar tantas recordações como Maria Inês Oliveira da Silva. Aposentada, a servidora traz na bagagem mais de trinta anos dedicados à Gestão de Pessoas, acompanhando de perto a chegada, as alegrias, anseios e até mesmo a partida de muitos servidores.
A servidora aposentada, que é nascida em Santos-SP e só se mudou para Muzambinho aos seis anos de idade, conta que sempre ouviu falar deste Campus, mas que a primeira vez em que aqui pisou foi justamente quando veio prestar o concurso.
Assim, esta história começa em julho de 1985, época em que esta instituição ainda atendia pelo nome de Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho (EAFMuz). Naquele ano, Maria Inês foi convocada para o início de uma jornada que só se encerraria em 2019, mais de três décadas depois.
Para ela, os primeiros meses foram de grande dificuldade e aprendizado, pois o setor contava com poucos funcionários, e os procedimentos de gestão de pessoas sempre passaram por diversas modificações ao longo do tempo, tornando ainda mais desafiadora a missão. Neste período, Maria Inês contou com o apoio do Sr. Crézio, que foi quem mais lhe deu suporte naquele momento de grandes incertezas.
Alguns meses depois, no entanto, Crézio foi destacado para outra nobre missão: a de ser professor deste campus; Maria Inês, por sua vez, assumiu o setor em um contexto de informações bastante escassas, e foi necessário recorrer a outras instituições em busca de orientações.
Neste período, foi responsável pelas nomeações, folha de pagamento, aposentadorias, licenças e também por acompanhar o adequado exercício dos direitos e deveres de cada servidor. “Era necessário conhecer muito bem a legislação, pois a responsabilidade era muito grande e este cargo de gestão de pessoas é um cargo de confiança do diretor. Tinha de ser tudo muito bem-feito” - Salientou Maria Inês.
E foi o próprio José Rossi, Diretor à época, quem depositou esse voto de confiança na servidora, nomeando-a para o cargo de gestão de pessoas. Segundo ela, tal cargo passou por diversas denominações, mas sempre manteve sua essência. “Apesar das mudanças de nome, o trabalho não mudou, apenas aumentou” - brincou Maria Inês.
A aposentada contou que o setor de gestão de pessoas sempre esteve localizado no prédio administrativo, mas que antigamente estava situado onde hoje funciona o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI). Na época, eles tinham uma pequena janela que dava para o corredor principal do prédio, e foi justamente ali, debruçada no parapeito da janela, que ela ouviu muitas histórias, anseios e, por que não, compartilhou muitas alegrias.
Em uma época em que a tecnologia ainda não era parte do dia-a-dia dos funcionários, era necessário lidar com pilhas de arquivos e pastas, e alguns casos mais complexos demandavam até mesmo o deslocamento dos servidores até Brasília. “Cada servidor tinha uma pasta, e isso foi se acumulando ao longo dos anos. Então a digitalização foi um marco, pois se você perdia um documento, ele era único, e o prejuízo seria muito grande para o servidor. Tínhamos pastas de quase 900 páginas! Então o rigor tinha de ser muito grande, porque todo ano tinha auditoria” - contou.
Mas Inês acredita que todos esses desafios contribuíram para que fossem forjados servidores que marcaram época, contribuindo para o engrandecimento institucional. Ela conta, inclusive, que as primeiras levas de professores surgiram em uma época em que não havia acesso tão difundido às pós-graduações, mas que eles (professores) lutaram contra essas e outras adversidades e, com isso, ajudaram a alicerçar o ensino em nossa escola. “Com o tempo, foram se especializando” - Completou.
Ao longo dos anos, Inês viu muitos colegas, alunos, servidores ou técnicos chegarem ao Campus, e o companheirismo entre todos era um dos pontos mais marcantes. “Como havia menos pessoas, todos se conheciam e tinham um contato mais próximo. Havia muito carinho envolvido, e era como se fosse uma grande família. Estávamos sempre presentes em festas juninas, formaturas, dentre outros”.
E assim se passaram muitos anos, até que um grande evento trouxe novos desafios à servidora aposentada, que viu a escola se transformar em Instituto Federal em 2009, resultando no aumento substancial de funcionários, professores e cursos.
A chegada de novos companheiros sempre foi motivo de grande alegria para Inês, mas a nobre missão da Gestão de Pessoas não envolve apenas momentos alegres e festivos, mas alguns episódios bastante desafiadores, como o da despedida: “É muito bom poder acompanhar e ajudar as pessoas que passaram por aqui, mas o momento da despedida é sempre o mais difícil. Passa um filme na nossa cabeça, sabe? Acompanhamos o momento da chegada do servidor, a sua evolução na carreira, a vontade que ele tem de progredir, de crescer e então vem o momento em que ele encerra esse ciclo”.
Diante de tudo isto, não é exagero dizer que Inês ajudou a escrever a história do Campus Muzambinho, mas isto definitivamente não se conquista sozinho; pelo contrário, ela contou com o apoio e amizade de muitos colegas, e faz questão de mencionar, nome por nome, são eles: Alencar de Oliveira Vasconcelos, Maurício Donizetti da Silva, Sandra Fernandes, Maria Selma da Silva, Andréia Mara Vieira, Lucienne da Silva Granato, Norma Cerávolo Montanari, Zenilda Martins Labanca e, por fim, Dorival Alves Neto.
Algumas dessas pessoas, quem diria, viriam a ocupar o mesmo cargo de Inês frente à Gestão de Pessoas. Em comum, suas sucessoras salientam como o exemplo de Maria Inês as influenciou.
Lucienne da Silva Granato foi uma dessas pessoas, e recorda com carinho as lições e experiências vivenciadas ao lado de Maria Inês. “Ela sempre foi uma pessoa doce e gentil, com enorme domínio do setor em que atuava, até pelo tempo em que passou ali. Acompanhou muitos processos de transição, reforma previdenciária, enquadramentos, mas sempre com um sorriso no rosto. Para falar a verdade, ouvi apenas um relato da Inês irritada com alguma coisa, e foi justamente para defender uma colega que foi destratada durante o atendimento. Isso diz muito sobre o caráter desta mulher”.
Para Lucienne, o simples fato de Maria Inês ter estado por mais de 20 anos na liderança da Gestão de Pessoas é algo digno de nota, uma evidência do bom trabalho realizado. Todo esse conhecimento foi intensamente requisitado até mesmo por parte dos demais campi, pois a criação do IFSULDEMINAS acabou por centralizar incontáveis processos no Campus Muzambinho. A responsabilidade, como é de se esperar, ficou por conta de Maria Inês.
Mas isto não pareceu abalar a servidora aposentada, conforme Lucienne nos relata. Para ela, Inês foi um exemplo de liderança a ser seguido, uma pessoa que ia à frente apontando o caminho e motivando os colegas. “Olhando para ela, eu senti que estava diante de uma pessoa com quem valia a pena estar e aprender mais. Ela nos estimulava a não olhar as dificuldades, mas buscar os resultados. Tem que fazer? Então tem que fazer”.
Estes traços são os mesmos que Andreia Mara Vieira também recorda com mais vivacidade. Andreia, que é a atual coordenadora do setor de Gestão de Pessoas, conta que era comum que os servidores recém chegados passassem por diversos setores até se estabelecerem em um deles, e com ela não foi diferente.
Foi neste contexto que recebeu um convite de Maria Inês para integrar sua equipe. Para Andreia, a oportunidade representava também um grande desafio, já que não tinha qualquer formação na área, mas ela reconhece que o carinho e paciência de Maria Inês permitiram que ela não só aprendesse o ofício, como também se apaixonasse pela profissão; Esse foi o início de uma amizade que perdura até os dias de hoje.
“Ela, a Maria Inês, me influenciou bastante. Ela atendia com muita atenção, e com resiliência fora do comum… Mesmo nas adversidades, ela procurava sempre ver o lado positivo das pessoas e dos processos”.
Muitos de nossos atuais servidores, tal como Andreia e Lucienne, tiveram a oportunidade de compartilhar sua jornada com Maria Inês, e levam consigo os bons exemplos e, acima de tudo, a amizade. A ex-servidora acredita que esses laços só se constroem quando todos trabalham com amor e dedicação.
Assim, é com um sentimento de gratidão e missão cumprida que Maria Inês se dirige aos colegas que aqui ficaram: “Desejo que as pessoas possam se sentir gratas em cada pequena atividade, sempre nutrindo o carinho pela instituição e pelas pessoas que aqui trabalham. Aos amigos e colegas que compartilharam este caminho, espero que saibam o quanto o trabalho deles é importante para que a instituição siga se destacando ao longo dos anos”.
Texto e fotos: ASCOM - Campus Muzambinho
Redes Sociais