Campus obtém a patente de dispositivo para esticar arames e fios
O inventor Marco Antônio Pereira de Ávila conquistou sua primeira patente através de processo criado pelo IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI para o esticador de arame farpado, de arame liso, de fios ou similares.
O dispositivo é um esticador portátil, prático e eficiente no tracionamento dos diferentes tipos de arames que necessitam de uma determinada tensão, podendo ser utilizado na confecção de cercas, bem como em operações de pré-tracionamento de fios de arames lisos.
Segundo dados do relatório descritivo do esticador, a criação deve ser utilizada no desenvolvimento de estruturas de contenção de gado no campo, formação de piquetes, divisão de propriedades e similares, podendo ainda ser aplicado no setor da construção civil e outros.
De acordo com a Coordenadora do NIT, Adélia Mª S. D. de Oliveira, "a proteção jurídica da criação intelectual, além de garantir o direito de propriedade e exclusividade ao titular da criação intelectual, permite o avanço da inovação e a divulgação dos conhecimentos, equilibrando os interesses do titular e autores, acarretando benefícios para a sociedade. Dessa forma, o conhecimento gerado na Instituição se torna um instrumento de competitividade que garante retorno financeiro, quando utilizado pelas empresas, fortalecendo o relacionamento do IFSULDEMINAS com a comunidade e criando oportunidades para que as atividades de ensino e pesquisa se beneficiem dessas interações em prol do desenvolvimento econômico, tecnológico e social do País".
Desenvolvimento do dispositivo
Marco é ex-aluno do curso de Engenharia Agronômica do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho e disse que o produto visa garantir "praticidade, segurança e agilidade ao executar o tracionamento de fios de arame, buscando a tensão ideal do arame (liso ou farpado) sem lesionar a estrutura do mesmo, mantendo, sobretudo, a segurança e rendimento no serviço do trabalhador, refletindo assim em um ótimo custo benefício".
Marco contou à nossa Assessoria de Comunicação que a ideia do projeto surgiu diante da dificuldade em executar eficientemente os processos de esticar arames lisos e farpados em propriedades rurais da família. "Neste contexto, foi criado um protótipo inicial que já se mostrou promissor, neste desenvolvimento inicial meu tio Vitor e meu Pai Antônio atuaram de maneira efetiva na formulação de ideias e confecção das primeiras e primordiais versões".
Sobre o desenvolvimento, ele ressaltou que o processo foi lento, partindo de um protótipo inicial pouco evoluído até um protótipo mais versátil e tecnológico. "Ao todo foram em torno de dois anos, a partir do primeiro protótipo funcional criado onde atuei no desenvolvimento, desenhos industriais e redação da carta patente".
Segundo ele, a maior dificuldade do processo de criação foi a "falta de recursos financeiros para desenvolvimento do projeto, além de, na época, ter pouca experiência em confecção de desenho industrial e redação de texto da carta de patente".
O IFSULDEMINAS contribuiu nesta última etapa do processo de obtenção da patente do esticador. "A ajuda do IFSULDEMINAS veio nos processos burocráticos e de correção do texto da patente, além de tramites processuais junto ao INPI, por intermédio do NIT, onde contei com apoio dos servidores Wellington Marota, Gustavo Botrel, além de outros servidores não mencionados que compuseram e compõe a equipe do “NIT” que foram cruciais para o apogeu deste feito".
A patente
O inventor ressaltou que o processo de obtenção de patente foi "lento, desafiador, exaustivo e de certo modo oneroso, mas sobretudo, gratificante". Essa etapa apresentou diversas dificuldades como o excesso de "burocracia, etapas lentas por consequência de trâmites burocráticos junto ao INPI, trâmites esses que devem ser seguidos rigorosamente para obtenção do êxito pleno do processo".
Neste ponto, o IFSULDEMINAS atuou de maneira efetiva, através do Núcleo de Inovação Tecnológica - NIT e do Escritório Local de Inovação e Transferência de Tecnologia - ELITT, "desde o pontapé inicial nas documentações, pagamentos de taxas, interposição de recursos e acompanhamento personalizado no processo. Sem dúvida um trabalho único e de alto padrão técnico e jurídico. Mais uma vez ressalvo o auxílio pleno e prestativo dos servidores: Wellington Marota, Gustavo Botrel, além de outros servidores não mencionados que compuseram e compõe o elenco de profissionais do NIT", citou o inventor.
O professor Gustavo Botrel explicou que o documento da patente foi escrito pelo professor Wellington Marota Barbosa do Campus Machado e as demais documentações foram encaminhadas pelo NIT da Reitoria, representado no Campus Muzambinho pelo ELITT.
Segundo o coordenador do Escritório Local de Inovação e Transferência de Tecnologia, Héber Rocha Moreira, "patentear uma invenção é muito importante para os autores e também para a instituição, pois é através dela que se garante legalmente os direitos sobre a propriedade intelectual, e, a partir daí, o direito de exploração econômica exclusiva do produto ou processo protegido pela patente, podendo experimentar novas oportunidades de negócios e lucratividade. Além disso, ao registrar uma patente, os autores estarão contribuindo com o avanço tecnológico da área corresponde à invenção, uma vez que o conteúdo técnico fica disponível ao público, nas bases de patentes".
O processo demorou em torno de 7 anos para ser finalizado e o resultado final foi divulgado em 2021. Agora o dispositivo poderá ser comercializado ou não, conforme desejo do inventor.
Marco ressaltou que ainda não tem uma estratégia formada para disponibilizar o esticador para venda e que isso dependerá do interesse de empresas em parcerias mercadológicas ou mesmo do próprio desenvolvimento comercial.
Questionado sobre criar e patentear outros dispositivos, o inventor disse que em sua empresa (Agrointegra), existe um setor direcionado ao desenvolvimento de dispositivos e equipamentos funcionais voltados à solução de anseios nas mais diversas vertentes do Agronegócio Brasileiro. E que eles já têm vários protótipos e dispositivos em teste.
Novos registros
Pesquisadores, professores e alunos que tenham um projeto de pesquisa aplicada e se interessem na obtenção da patente devem procurar o Escritório Local de Inovação e Transferência de Tecnologia (ELITT) que atua como o representante do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) em cada campus.
Também poderão obter informações pelo contato do NIT (35) 98841-4331 ou no nosso site:https://nit.ifsuldeminas.edu.br/
TEXTO: ASCOM
IMAGENS: Marco Antônio Pereira de Ávila
Redes Sociais