Campus adquire maquinário que reduz em 75% o tempo de produção do composto orgânico
O IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho está sempre procurando alternativas sustentáveis e que aumentem a eficiência da instituição com relação ao uso consciente de recursos naturais. Com essa finalidade, nossa última aquisição foi um compostador, cuja função é realizar o processo de compostagem de materiais, nas mais diversas modalidades e formas, reaproveitando os resíduos gerados no Campus.
Com esse novo maquinário, o tempo de criação do composto que, até então, era de 8 a 13 meses, será reduzido para cerca de 90 dias. O compostador também agregará valor ao produto, garantirá uma melhor distribuição da massa devido à aeração e desagregação do material trabalhado de um jeito mais eficiente.
O Diretor-Geral do Campus Muzambinho, professor Renato Aparecido de Souza, destacou que "com o compostador de resíduos adquirido temos o favorecimento, a otimização e a melhoria dos processos de compostagem já existentes aqui no Campus Muzambinho. Ao considerar as engrenagens de nossa Escola-Fazenda, com este compostador, é como se acelerássemos a rotação de um importante ciclo de sustentabilidade de nossa Instituição. Neste sentido, temos que agradecer novamente o apoio do Reitor em garantir o recurso para mais este investimento em sustentabilidade".
Renato ainda citou que "o investimento em tecnologia com aquisição de maquinários para nossa Escola-Fazenda é algo imprescindível para uma melhor qualificação dos nossos estudantes. Quando adquirimos equipamentos dessa natureza oportunizamos o acesso de nossos estudantes a vivências diferenciadas. Além do aspecto pedagógico, são inúmeros os benefícios que podemos ter com esse implemento, seja com a qualidade e homogeneização do composto, o retorno de um produto com maior valor biológico para as nossas próprias culturas, possibilidades de novas pesquisas, atendimento do público externo e fortalecimento de parcerias, como por exemplo, com a Receita Federal ao termos a possibilidade de realizar, em uma escala muito maior, a compostagem de materiais como o tabaco apreendido, que nos foi enviado em 2021".
Segundo um dos responsáveis pelo projeto, o coordenador do Setor de Jardinagem e Paisagismo, o servidor Juliano Francisco Rangel, a compostagem é muito importante pois "nós trabalhamos com um material que seria um resíduo, um incômodo, e este resto será transformado em uma matéria-prima e em um produto de altíssima qualidade e alto valor agregado. A compostagem, com o processo concluído, vai servir para fertilizar o solo, criar aeração e porosidade, o que aumenta a capacidade de retenção de água, facilita o crescimento e desenvolvimento do sistema articular da planta, além de aumentar a vida biológica do solo, que é muito importante para o desenvolvimento de qualquer cultura. São inúmeras as vantagens, além do fato de estarmos criando um produto que vai minimizar o uso de agroquímicos e de fertilizantes".
O composto
Atualmente o composto é misto e contém dejetos animais, folhas e os cortes da grama da Instituição.
Seu tempo de decomposição levava de 8 a 13 meses, uma vez que eram utilizados tratores com lâmina dianteira. Maquinários não muito favoráveis para movimentação, aeração e homogeneização da massa, causando uma demora maior na produção do composto.
Com esse novo compostador, o processo de decomposição será acelerado e a previsão é que a compostagem esteja pronta em 90 dias.
Segundo Juliano, a produção do composto vem crescendo a cada ano, de acordo com a expansão institucional e com as metas de trabalho do setor.
Em 2018, foram produzidos 240m³ de composto orgânico; em 2019, o quantitativo subiu para 320m³; em 2020, 490m³; em 2021, 560m³; e em 2022, a previsão é que a compostagem fique acima dos 600m³.
Estas quantidades atendem às lavouras de café, à produção de hortaliças e os setores de Jardinagem e de Fruticultura. Em 2020, o composto da instituição atendeu a demanda da lavoura de café em cerca de 60%. Em 2021 foi possível atender a 100% da demanda da lavoura,
Atualmente, o composto é usado integralmente dentro do Campus. Há demanda externa, mas por enquanto a demanda institucional consome toda a produção e a expectativa do setor responsável é a de aumentar ainda mais a produção para garantir 100% do consumo interno e conseguir atender também o público externo.
A área de compostagem
A área de compostagem é mais um instrumento para o ensino-aprendizado da nossa instituição. Onde os alunos têm a possibilidade de fazer trabalhos de pesquisa, experimentação e criação de outros tipos de produtos.
A compostagem é desenvolvida na Instituição há muitos anos. De acordo com Juliano, "em 2001 já havia um trabalho sendo feito pelo professor Marcelo Bregagnoli (atual reitor do IFSULDEMINAS). Ele cuidava do processo e ministrava a disciplina de compostagem. Desde então nós mantivemos a produção do composto, tanto por uma necessidade de demanda pedagógica, quanto por interesse de uso do Campus".
Ainda segundo Juliano, em 2014, houve uma significativa expansão da instituição que aumentou áreas de gramado, de limpeza e de manutenção, gerando grandes quantidades de resíduos vegetais oriundos da jardinagem. Este cenário impulsionou a demanda por uma estratégia que garantisse um fim sustentável e viável ecologicamente para os itens que seriam descartados.
"Na compostagem os microorganismos transformam a matéria orgânica vegetal e a massa animal em uma massa biológica rica em nutrientes. Com a forma controlada de decomposição é possível decompor a matéria em um curto período de tempo, com o propósito específico de fertilização. Esse processo, além de ser acelerado, ainda possibilita a melhor extração dos nutrientes da massa para o reaproveitamento em uso de campo. Na natureza isso acontece de forma espontânea, porém em um longo período de tempo em decorrência da ação climática" citou Juliano.
A equipe do projeto de compostagem é formada pelos servidores do Setor de Jardinagem e Paisagismo, coordenado por Juliano Rangel que cuida das intervenções de necessidade, demanda e controle dos trabalhos; pela equipe do Setor de Mecanização Agrícola, coordenada pelo servidor Carlos Eduardo Machado, que contribui com o operacional das máquinas e equipamentos; e por diversos professores que orientam a parte técnica.
TEXTO E IMAGENS: ASCOM
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